pro-redes

SÓ UMA REVOLUÇÃO ÉTICA PESSOA-POR-PESSOA PODE SALVAR O BRASIL!
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ALGUMAS IDÉIAS SOBRE A COOPERAÇÃO-EM-REDE ENTRE INSTITUIÇÕES
apresentadas no Encontro de Todos os Santos, em São Vicente, 01.11.2003
(LINK NO FIM DO TEXTO PARA O RELATO GERAL DO ENCONTRO E OUTROS MATERIAIS)

  1. Parece útil, de início, distinguir dois tipos de cooperação:

Cooperação na Missão: estruturas individuais (de cada instituição) contribuem para a realização de missões ou tarefas em comum.

Cooperação na Estrutura: estruturas comuns (desenvolvidas em rede) contribuem para a realização de missões ou tarefas individuais (de cada instituição).

Naturalmente, as relações entre instituições podem ser de um ou de outro desses tipos, ou combinações dos dois em diferentes graus.

  1. A conexão em redes está aí para ser um alívio, e não um aumento da carga de cada participante! Todos nós já fazemos coisas demais. Podemos cooperar com as atividades já existentes, uns dos outros – e não inventar atividades novas para a rede. Isso pode ter seu lugar mais à frente: é para uma rede já bem constituída e madura.
  2. As redes mais autênticas serão as formadas por instituições em relativo pé-de-igualdade. Se formos uma rede de iniciativas-civis-sem-fins-de-lucro, os rumos deverão ser definidos e as decisões tomadas prioritariamente pelos participantes que têm conhecimento vivencial da realidade típica dessas iniciativas.

Entidades de um “setor 2,5” (como as do Sistema S) podem estar presentes colocando recursos à disposição, porém não na liderança (pois desconhecem já a realidade prática mais dramática das pequenas OSCs, que é a captação de recursos sem o respaldo de uma imagem institucional poderosa).

  1. Também quando o poder público convoca à formação de redes é preciso ter cuidado – pois ele normalmente quer apenas executores, achando que sabe como fazer…, enquanto que as OSCs (organizações da sociedade civil) precisam preservar-se como campo de liberdade de renovação, de desenvolvimento de novas formas de atuar – e também de pressão para que o Poder Público seja de fato público!
  2. É preciso não confundir a atividade com a administração (da estrutura que serve a essa atividade – p.ex. educação). A propalada “Profissionalização do 3.º Setor” tem sido puro investimento na administração, e praticamente esquece a atividade em si. É preciso ter certeza de que a administração não “manda”: ela é meio para a realização da atividade, e portanto subordinada aos objetivos desta.

Correspondentemente, os gastos com a administração, e mesmo o ganho individual de administradores, deveria estar em segundo plano em relação aos gastos com os executores (p.ex. educadores).

  1. No entanto, a administração e a captação de recursos são o maior desafio das pequenas instituições. A “Profissionalização do 3.º Setor” consiste fundamentalmente em cursos e consultorias, porém o problema das instituições é muito mais encontrar e manter quem faça. Quem diga como fazer, isso está sobrando!
  2. Mas se levarmos em conta o Ponto 5, vemos que é efetivamente impossível a uma pequena instituição manter um departamento administrativo capaz de enfrentar as tremendas exigências burocráticas brasileiras, sem prejudicar com isso a execução da sua missão. (Quem está com tudo em dia em todas as frentes?)

Provavelmente a melhor forma de enfrentar isso seria formar de Redes de Estrutura (conforme o Ponto 1).

  1. Em conjunto (de modo cooperativo) pequenas entidades poderiam contratar o serviço de profissionais experientes – pois do mesmo modo como não se devem entregar os anos iniciais da escola aos professores novatos, não se deveria entregar a administração de instituições frágeis a estagiários ou profissionais inexperientes.
  2. Provavelmente o primeiro passo seria a contratação conjunta de serviços administrativos no sentido burocrático, incluindo contabilidade, assessoria jurídica etc., bem como iniciativas gerais de divulgação. Esses serviços responderiam a um órgão colegiadodecisório e ativo, com representação de todas as iniciativas.
  3. Um segundo nível seria organizar em conjunto a Captação de Recursos – p.ex. um mesmo captador, neutro, anda com um portfolio de projetos de diversas instituições. Esse porém é um passo muito mais complexo, para uma rede altamente amadurecida – o qual porém pode ser atingido com um bom tempo de trabalho conjunto, se houver vontade verdadeira.

Esta é a forma original das proposições, apresentada no Encontro de Todos os Santos.
Os debates entre os participantes sugeriram um ajuste de foco no Ponto 8 e uma ampliação
do Ponto 9 para incluir compras em conjunto. Veja mais detalhes no RELATO DO ENCONTRO.

Veja também as Condições Vitais para a Cooperação, texto complementar a este,
também apresentado no Encontro.

Página inicial da Trópis: www.tropis.org

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