Família Rickli brasileira
– uma contribuição para sua históriafoto: pinhal no Turvo (PR) • RR, 1992
Ralf Rickli
versão inicial: 2004
4.a versão (atual): janeiro de 2016
Índice
0. Introdução
1. Quem eram os Rickli na Suíça
2. A região de origem
3. A família de Johann Ulrich na Suíça
4. Johann Ulrich no Seminário de Chrischona
5. A missão no Egito
6. Johann Ulrich no Brasil
7. Johann Ulrich foi de que Igreja mesmo?
8. Apêndice I:
Links para alguns documentos escaneados
9. Apêndice II:
Ancestrais e parentes na Europa de nosso conhecimento em 2007
10. Apêndice III:
Brasil: descendentes de Johann Ulrich Rickli e Rosine Weber Rickli:
sugestões para um projeto de levantamento
0. Introdução
Neste início de século XXI existem mais de mil brasileiros com sobrenome Rickli – ou Ricklis sem o sobrenome expresso, por descenderem por via materna – que são todos descendentes de Johann Ulrich Rickli e Rosine Weber, suíços, que chegaram ao Brasil em 21 de outubro de 1869.
Também existem alguns outros Rickli no Brasil que não descendem desse casal, e que não parecem ser muito numerosos. Tivemos pistas de que há alguns, p.ex., na região de Rio do Sul, Santa Catarina. Não é impossível que tenham algum tipo de parentesco mais distante, mas até hoje não conseguimos descobrir.
As informações que colocamos à disposição aqui provêm de três fontes principais:
• alguns cadernos e livros de Johann Ulrich guardados em uma caixa no Turvo (Paraná) durante décadas pelos descendentes de “Ernesto Velho”, um dos filhos do casal, e que passaram às mãos do meu pai Otto Rickli na década de 1970;
• os livros do Cartório de Registro Civil de Rohrbach, no Cantão de Berna, que pudemos verificar pessoalmente por cortesia da cartorária Sra. Rosmarie Jäggli em julho de 1991;
• informações descobertas em 2003 e 2004 pelo Prof. Wolbert Smit, do Instituto de Estudos Etiópicos da Universidade de Hamburgo, que fez pesquisas nos arquivos da Pilgermission na Suíça – e a quem nunca seremos suficientemente gratos pelas informações que compartilhou.
RESPOSTA A UMA PERGUNTA FREQÜENTE
Os Rickli brasileiros NÃO têm direito à nacionalidade suíça.
De acordo com informações oficiais solicitadas no início dos anos 90, isso só seria possível se Johann Ulrich houvesse registrado cada um dos seus filhos num consulado suíço, e cada um desses filhos houvesse registrado seus filhos, e assim por diante. Essas informações teriam sido obrigatoriamente repassadas ao cartório da região de origem da família, em Rohrbach, no Cantão de Berna.
Verificamos pessoalmente os livros em Rohrbach em 1991, e a última referência a Johann Ulrich é uma anotação a lápis ‘casou na América’. Não há nenhum registro de descendentes. Foi quebrada a corrente do registro, e de acordo com a lei suíça (diferente da alemã ou da italiana) não há possibilidade de reestabelecê-la.
Na ocasião conhecemos também o Sr. Werner Hermann, neto da única irmã de Johann Ulrich que permaneceu naquela região. O Sr. Hermann, recém-viúvo com mais de 80 anos, nos recebeu com extrema cordialidade – porém seus próprios filhos e netos, que vivem em Bern e Zürich, não parecem ter mostrado interesse em manter contato.
SOBRE ESTA PÁGINA
Esta página foi concebida como parte do encontro da Encontro Família Rickli em janeiro de 2000, em Ponta Grossa (PR), de foram comemorados os 130 anos da família – e no entanto só 4 anos depois conseguimos colocar as primeiras informações no ar.
Não sabemos praticamente mais nada além do que está nesta página, e atualmente não temos nenhuma condição de pesquisar mais, pois é um trabalho que demanda muito tempo!
Ainda assim, se alguém quiser contribuir com informações adicionais – ou trocar idéias sobre as informações já existentes na página -, agradecemos que entre em contato pelo nosso e-mail rrtrop@gmail.com .
1. Quem eram os Rickli na Suíça
Seria possível descobrir com precisão: os cartórios e outros arquivos suíços guardam dados de muitos séculos. Só que isso exigiria muitos dias de pesquisa, em alemão e em manuscrito gótico, em diferentes arquivos, os quais normalmente cobram pelas consultas – pagando hospedagem a preço suíço!
Hoje isto não parece ser prioridade na vida de nenhum dos Rickli brasileiros – então temos que nos contentar com suposições, com base em alguns poucos pontos firmes. Ao que tudo indica…
… a vida não era muito diferente da dos Rickli do Brasil até a década de 1960: agricultores, alguns marceneiros, alguns podiam entender de moinhos… e quem quisesse estudar ir além do estudo fundamental só tinha uma opção de carreira: a religiosa. Só que em lugar do Instituto Cristão em Castro (PR) e do José Manoel da Conceição em Jandira (SP), onde tantos Ricklis brasileiros estudaram… existia o instituto de Sankt Chrischona, nos arredores de Basel (ou Basiléia), a maior cidade da Suíça.
Não se deve pensar que era uma vida de abundância, pelo fato de que Suíça hoje é sinônimo de riqueza. O único parente com que tivemos contato, dos que permaneceram lá, falou de muita fome na infância e juventude, os pais morrendo de tuberculose – isso entre 1910 e 1930. Nossos ancestrais saíram de lá meio século antes – mas se tanta gente estava emigrando a coisa não devia ser melhor. Nem todos eram missionários e professores, como Johann Ulrich, o ‘pai’ dos Rickli do Brasil.
Casa onde viveu
Anna Maria Rickli Hermann,
única irmã de Johann Ulrich que permaneceu na região de origem.Hoje é séde de uma empreendimento de agricultura orgânica,
mas não pertence mais a ninguém ligado à família.Foto RR 1991
2. A região de origem
Trata-se do baixo vale do Emmen – Unteremmental – no Cantão de Berna (Kanton Bern – cantões são as diferentes regiões que se uniram no Século 13 formando a Confederação Helvética, nome oficial da Suíça).
O baixo vale do Emmen vive basicamente de fazer queijo, do mesmo modo que o irmão mais famoso, o Emmental (sem Unter-), que deu nome ao queijo suíço mais famoso, com o qual se faz a ‘fondue’. – Comida de rico? Lá a coisa era diferente: nos longos invernos não havia nada mais pra comer além de pão e queijo já ressecado, aí o pessoal inventou um jeito de fazer uma panelada derretida e temperada e ir comendo com pãozinho…
A família de Johann Ulrich morava na pequena Kleindietwyl (hoje se escreve com i). O cartório onde foi registrado fica em Rohrbach, uns 4 Km adiante, e ainda um pouco adiante fica Huttwil, centro comercial da região. Ficam todas ao longo de um ramal ferroviário que liga Langental a Huttwil.
Fato curioso: poucos dias depois de ter estado lá em 1991, reencontrei o nome da desconhecida Kleindietwil no local onde eu trabalhava na época, o Instituto Biodinâmico em Botucatu – como séde de uma das maiores federações de agricultura orgânica na Europa!
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3. A família de Johann Ulrich
Em 1991 pudemos ver rapidamente os livros do cartório de Rohrbach, pois a pessoa responsável estava saindo de viagem. Pudemos apenas anotar o nome do avô e mais alguns dados sobre os pais e irmãos de Johann Ulrich.
O avô de Johann Ulrich se chamava Johann Jakob (Jacó). O pai era também Johann Ulrich e nasceu em 1803. Mostramos aqui a página de rosto desenhada de um ‘livrinho de arte’ começado por ele aos 12 anos de idade. Casou-se aos 30 com Anna Barbara, 6 anos mais nova. Os dois faleceram na década de 1870, no período em que seu filho Johann Ulrich vivia em Santa Catarina e tinha seus próprios três primeiros filhos.
‘Nosso’ Johann Ulrich foi o segundo de seis irmãos – porém a primeira irmã já havia falecido antes do seu nascimento. Na prática foi o mais velho. O irmão seguinte, Johannes, viveu 63 anos, ao que parece na região. Teve apenas uma filha, que morreu solteira. Já a irmã 9 anos mais nova, Anna Maria, ficou na região, casou-se com um marceneiro de sobrenome Hermann e teve 6 filhos. De um deles (Samuel) nasceu em 1913 o Sr. Werner, que me recebeu em sua casa em Huttwil.
Johann Jakob (neto) era 14 anos mais novo. Casou-se quando J.Ulrich já estava no Brasil, teve 4 filhos que sobreviveram. Mudou-se para a região de Basel, e depois ‘para a América’. Onde? Se veio atrás do irmão, serão desecendentes dele os Rickli desconhecidos que ouvimos dizer que há em Rio do Sul (SC)? Ou foi para os Estados Unidos, onde há outros Rickli? Da última irmã, Anna Barbara, não há nada nos livros exceto o nascimento. Será a Barb.Rickli que em 1875 foi testemunha de batismo do nosso avô João, em Pedreira? Ela teria então 21 anos. Terá deixado descendentes?
A relação detalhada dos ancestrais e parentes de Johann Ulrich na Suíça, até onde temos conhecimento, se encontra mais abaixo, no Capítulo 9.
a paisagem da região (atravessando de carro uma vila qualquer)
A cidade de Thun não fica no Unteremmental, mas é bastante próxima.
As pontes cobertas lembram as que existiram na Boa Vista, entre Imbituva e Prudentópolis (Paraná), um dos focos do desenvolvimento inicial da família, a partir dos filhos de Johann Ulrich e Rosine.Fotos RR 1991
“Livrinho de Arte” (Kunst Büchlein) começado pelo PAI
de Johann Ulrich com 12 anos de idade, em 1815.
O Sr. Werner Hermann, sobrinho-neto de Johann Ulrich,
na varanda da sua casa em Huttwil, Suíça, em 1991
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4. Johann Ulrich
no Seminário de ChrischonaFalta esclarecer vários detalhes neste ponto. Em 1860 ele parece ainda estar em Kleindietwyl. Em um caderno há registro de uma pregação na cidade de Murten em 1861 – mas não está claro se a pregação foi dele, que estava então com 24 anos. O certo é que nos anos 62-63-64-65 ele deve ter estado estudando no seminário de Chrischona [pronúncia: “crichôna”], na vila de Sankt-Chrischona, sede da Missão dos Peregrinos (Pilgermission).A missão havia sido fundada em 1833, e em 1840 assumiu por aluguel simbólico a área onde havia a antiga capela de Sankt-Chrischona, então em ruínas. Daí vem o nome.Sobre a linha denominacional dessa missão, veja o ponto 7. St.Crischona foi considerada a primeira escola de evangelistas de língua alemã. Via-de-regra seus missionários não eram ordenados pastores: deviam inserir-se na sociedade com uma profissão comum, e fazer de toda sua vida uma missão.
Johann Ulrich foi treinado para ser professor, e é identificado como professor em todos os relatórios da missão. Com toda probabilidade, isso quer dizer o antigo ‘mestre-escola’, um ‘professor primário’ que ensinava um pouco de todas as disciplinas por vários anos. Porém existe também a informação de que ele exerceu ao longo da vida a ocupação de vender literatura de evangelização por onde passava – e atividades comerciais que ajudassem no custeio da missão também eram parte da regra.
Os cadernos sugerem que sua formação foi forte em geografia, história, história natural (ciências), geometria, desenho, inglês – a música estava presente, porém não com a profundidade que se podia imaginar. Além disso, disciplinas teológicas: história da igreja, dogmática etc., e muito estudo bíblico.
Vê-se ainda que conhecia o francês (a língua materna da futura esposa), e há diversos livros de estudo de árabe para a missão.
Por outro lado, não há em seus cadernos nenhum sinal do estudo de grego, latim ou hebraico, o que reforça a imagem de que não se tratava de uma formação tradicional em teologia.
J.Ulrich aparece nos relatórios como formado em 1865, porém mais tarde há referência de que tinha sido enviado ao Egito com o curso incompleto – mas veremos isso adiante.
imagens de St.Chrischona hoje – da Internet
www.chrischona.ch (em alemão)
o anúncio diz: ‘familiar – alegre – custeado’
5. A missão no Egito
Em fevereiro de 1865, um mês antes de completar 28 anos, Johann Ulrich está num navio chamado Germania com destino ao Oriente Médio. O navio passa pela Grécia e Turquia, e ao que parece o destino final era Calcutá, na Índia – com certeza com baldeação, pois o Canal de Suez já estava em obras mas só foi inaugurado quatro anos mais tarde.
Sua missão: junto com os ‘irmãos’ Gutberlet, Raible e Schlotthauer, fundar na cidade de Assuã, no Egito, a Estação Missionária Apóstolo Pedro – parte de um projeto missionário chamado Estrada dos Apóstolos.
Esse projeto era a menina dos olhos do Dr. Johannes Ludwig Krapf (1810-1887), famoso por ter sido, junto com outro missionário, Johannes Rebmann, o primeiro europeu a ver o Monte Kilimandjaro, ponto mais alto da África e maior montanha isolada do mundo.
Apesar de na época a Etiópia já ser um império cristão-ortodoxo havia cerca de 1.500 (mil e quinhentos) anos, seu sul era dominado por um povo pagão, os galla ou oromo. O Dr. Krapf acreditava que esse povo era a chave para a evangelização de toda a África, tanto que traduziu e imprimiu os primeiros textos nessa língua: um trecho do Evangelho de João em 1939, e o Evangelho de Mateus em 1841 – o qual tem papel-chave nesta nossa história, como se verá!
Para isso, Krapf imaginou uma ‘estrada’ de doze estações missionárias atravessando o Egito e o Sudão até a Etiópia, e garantindo o trânsito de missionários entre a Europa e o coração da África: a Estrada dos Apóstolos.
Uma dessas estações era a São Pedro, em Assuã, perto da primeira catarata do Nilo, e Johann Ulrich foi um dos quatro encarregados de estabelecê-la. (Os evangélicos da Europa, mesmo não cultuando santos, não vêem nenhum problema em usar o título tradicional ‘são’ ou ‘santo’ em relação aos apóstolos).
O relatório da Missão dos Peregrinos publicado em dezembro de 1866 diz que, depois de muita busca, os quatro acharam uma casa adequada e saudável, e que passavam agora a estabelecer contato com os moradores, criar uma escola e algum comércio que ajudasse no sustento da missão.
Dois anos e pouco depois, porém, o relatório diz que em 1868 os missionários Rickli, Reible e Rein, voltaram à Suíça junto com o missionário Eipperle, que voltou da cidade de Metemma com esposa, filho e uma menina galla. Passaram uma temporada tratando da saúde, depois do que Rein e Reible casaram e foram enviados “para a América”, enquanto Rickli foi completar seus estudos, pois havia sido enviado ao Egito antes de concluir algumas disciplinas. – J.Ulrich ficou portanto mais um ano letivo europeu em St.Chrischona: os últimos meses de 1868 e o primeiro semestre de 69.
Acima e abaixo, vistas atuais de Assuã, colhidas na Internet.
A cena de rua poderia ter sido vivida em 1866 sem nenhuma diferença.
Aspectos do grande templo de Ramsés II
(o faraó do Êxodo relatado na Bíblia)
em Abu Simbel,
não muito longe de Assuã.
Surgem naturalmente algumas perguntas, finalmente respondidas graças à pesquisa do Prof. Wolbert Smidt:
1) Por que saíram do Egito? Uma razão foi a saúde, como já vimos. Outra, que em 1867-68 o imperador etíope mandou aprisionar todos os estrangeiros, inclusive todos os missionários e o embaixador inglês. Como era de esperar, os ingleses responderam com uma violenta invasão. Nesse processo todo, os projetos da Pilgermission na Etiópia foram por água abaixo. Numa carta de 1869, o velho Dr. Krapf se queixa desses missionários jovens, que desistem diante das primeiras dificuldades… Mas ao que parece a dificuldade não era pouca e a própria direção da Pilgermission mudou de idéia…
No início de 2004 o Prof. Wolbert Smit descobriu alguns boletins da Missão do Peregrino, que por alguma razão não foram arquivados na sua sede, com relatos de missionários espalhados pelo mundo. Em um deles aparece um relato escrito por J.Ulrich em Alexandria em junho de 1868. Ao que parece ele já não vivia em Assuã, e foi uma das pessoas que ajudaram a receber 31 refugiados dos acontecimentos na Etiópia – homens, mulheres e crianças. O estilo do relato é bem interessante, nada convencional, quase artístico. Pretendemos traduzi-lo e publicá-lo um dia, quando o tempo nos permitir.
2) Por que a América? Com a falência do projeto africano, a Pilgermission resolveu redirecionar as forças para as colônias de fala alemã nos Estados Unidos e no Brasil, que estavam crescendo muito e, no seu entender, precisavam de atendimento espiritual. Os antigos da família diziam que J.Ulrich veio como capelão de um navio de imigrantes; se tinha efetivamente o cargo de capelão, não sabemos, mas seu papel era sim, dessa vez, ser missionário entre seu próprio povo numa nova terra.
3) Nessa história, qual o papel do Evangelho de Mateus em língua galla (ou oromo)? Os livros de J.Ulrich guardados em uma caixa no Turvo durante décadas incluíam um exemplar dessa tradução. Provavelmente veio na bagagem dos quatro missionários que voltaram à Suíça em 1868 trazendo consigo uma menina galla para educar.
Convivendo com esse livrinho como um mero objeto curioso desde a minha adolescência, na década de 1990 tive um impacto ao reconhecer o nome “Dr. Johannes Krapf” ao ler uma biografia do explorador, diplomata e linguista inglês Richard Francis Burton: quando este partiu em 1856, junatmente com John Hanning Speke em busca das últimas fontes do Rio Nilo (aventura relatada no filme “As Montanhas da Lua”) foi logo de início pedir informações ao Dr. Krapf, devido à sua fama como conhecedor dos interiores da África.
E foi esse livro, afinal, que permitiu desvendar os pontos mais difíceis da nossa história, pois buscando referências a ele na internet descobrimos o Instituto de Estudos Etiópicos da Universidade de Hamburgo, e o Prof. Wolbert Smidt – que se interessou pelo caso e foi pesquisar na Suíça, entre outras coisas porque parentes seus também vieram para Joinville na mesma época (família Lange).
A parte isso, nossa pesquisa só encontrou um outro exemplar desse livro no mundo: na biblioteca da Universidade de Cambridge, Inglaterra. A Sociedade Bíblica Mundial e a Norte-Americana sabiam da existência dessa tradução, mas nunca viram. – Apesar disso, entendidos disseram que o livro não tem valor comercial, por seu interesse ser restrito a especialistas.
Tendo em vista isso tudo, disponibilizamos na internet incialmente algumas páginas, e em janeiro de 2016 a íntegra do livro, escaneado em PDF (link no Capítulo 8, adiante). Fotocópias integrais já haviam sido enviadas para o Instituto de Estudos Etiópicos em Hamburgo e para o linguista Khalil Alio, nosso amigo, da Universidade de N’Djmena, no Tchad.
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6. Johann Ulrich no Brasil
São Francisco do Sul (SC)
ponto de desembarque de Johann Ulrich Rickli e de Rosine Weber no BrasilAbaixo, Pirabeiraba, antiga Pedreira, perto de Joinville.
Aí J.Ulrich e Rosine se casaram, tiveram os primeiros filhos, viveram talvez 10 anos.Fotos RR, janeiro de 2000
Em outro dos boletins descobertos pelo Prof. Wolbert Smit, aparece a notícia de que J.Ulrich desembarcou no Brasil em 21 de outubro de 1869, acompanhado “da noiva e irmã do Irmão Weber”. Isso significa que Jacques (ou Jacó) Weber, de quem temos arquivado um livro religioso em francês, também era missionário – e essa irmã só pode ser Rosine Weber, com quem se casou em 9 de janeiro de 1870, em Santa Catarina.
Segundo o relato de outro missionário, poucos dias depois de chegar ao Brasil Johann Ulrich começa a atuar como professor em Pedreira e em outra colônia.
Em agosto de 1871 ele mesmo escreve outro relato para o boletim da missão. Entre outras coisas, conta que levava três horas para chegar ao correio, fala das dificuldades de ser um professor de orientação bíblica num meio onde a moda era ser “racionalista ou livre-pensador” – e conta também que tinha que trabalhar na roça para ajudar a garantir seu sustento. Num trecho curioso, descreve como é e como se planta a mandioca, “batatas parecidas com raízes, com 1 a 3 pés de comprimento”. Esperamos um dia traduzir e publicar também esse relato!
J.Ulrich ainda é mencionado na lista de endereços dos relatórios internos de St.Chrischona de 1874, 1880 e 1888. No primeiro caso o endereço é Colônia Dona Francisca, Pedreira. Nos dois seguintes é ‘Coritiba’. Juntando com dados da capa da Bíblia e alguns outros, temos o seguinte quadro (destacamos algumas perguntas que ficam e que seria interessante pesquisar):
• Década de 1870:
Com quase 33 anos, Johann Ulrich se casa com Rosine Weber, ela com 23 e meio, “na igreja de Pedreira” – a atual Pirabeiraba, próxima a Joinville, no Norte de Santa Catarina. Vive como professor e missionário, aparentemente nessa Colônia Dona Francisca – sendo que a rodovia SC-418, que liga Pirabeiraba a Campo Alegre e São Bento do Sul, também aparece nos mapas como “Rua Dona Francisca”. Até 1875 nascem os filhos Johann Paul (Paulo), Samuel Robert (Roberto) e Johann Ulrich (como o pai e o avô, conhecido por João). Em 77 e 79 (ainda em Pedreira?) nascem uma menina e um menino que não sobrevivem.
Note-se que entre as testemunhas estão sempre diversos Weber: Jean, Jacques, Ernestine (Tine), provavelmente cunhados ou outros parentes de Rosine. Esses Weber tinham o francês como língua mãe, e restaram até hoje alguns livros seus em francês (naturalmente religiosos). Os Weber atuais, vizinhos dos Rickli na região do Turvo (PR), serão descendentes desses? É bom lembrar que Jean e Jacques seriam conhecidos como João e Jacó. – Entre as testemunhas também aparece Barb.Rickli: seria a irmã mais nova de Johann Ulrich, Anna Barbara? E o que terá sido feito dela depois?
• Década de 1880:
Em 1880, com 43 anos, J.Ulrich está com certeza residindo em Curitiba. Quando exatamente chegou aí? Se foi nesse ano, meu avô João já estava com 5 anos – o que talvez explique seu desejo, na velhice, de ser enterrado “em chão de areia” – como o chão em que brincava na sua infância inicial em Santa Catarina!
A família reside em Curitiba no mínimo 8 anos, talvez até 20. Em Curitiba nascem Anna, Bertha Rosine (Bertha) e Ernst Arnold (mais tarde conhecido como ErnestoVelho). Uma das testemunhas é J.Hermann: seria parente de seu cunhado marceneiro que ficou na Suíça?
Ao nascer o último filho, Rosine estava com 40 anos, J.Ulrich com 49. Paulo, o mais velho, já ia fazer 16… Assim era a família do Professor Rickli em Curitiba dois anos antes da proclamação da República.
Além disso, é atestado oficialmente que esse professor também colaborava pastoralmente com as atividades da Igreja Luterana de Curitiba (sobre a questão da denominação, veja logo adiante), na chamada Rua dos Alemães (Rua Trajano Reis).
• 1900:
Devido a um cartão enviado de Amsterdam, sabemos que ao raiar do século XX J.Ulrich vivia em Imbituva, então uma vila chamada Cupim – onde também se atestou (a pedido de minha mãe, Aymêe Correia Rickli) que colaborava com a Igreja Luterana.
Em 1900 os filhos homens tinham 29, 27, 25 e 13 – e Johann Ulrich já estava para fazer 63!
A instalação dos filhos no Rio dos Patos – Manduri – Boa Vista já tinha começado?
Quando foi que a família se arrancou da calmaria de Curitiba para essa nova fase de aventura e desbravamento, que iria ser bem mais longa que os 2 anos e meio no Egito? Ainda estamos para descobrir.
1865, Cairo
cerca de 1921, Turvo
Em 1921 Johann Ulrich falece no Turvo (então parte de Guarapuava, hoje município independente) com 84 anos.
O terceiro filho, João, já tinha tido 12 de seus 14 filhos com Bertha Hecke, e ainda morava na Boa Vista, perto dos irmãos mais velhos, só alguns passos além de Imbituva. Já o filho mais novo estava com 36, e J.Ulrich e Rosine o haviam seguido para além do Rio dos Patos (Ivaí) e da Serra da Esperança, para o 3.º Planalto do Paraná. Em que ano foi que chegaram ao Turvo? Como?
Rosine faleceu dois anos depois, com 77 anos. Aí a história da família já havia passado a ser a dos filhos e netos – uma história que também deveria ser escrita, mas temos sérias dúvidas de que alguém um dia dê conta de fazê-lo!
Por enquanto, concluímos com algumas constatações que nos parecem do interesse de todos.
7. Johann Ulrich era de que igreja?
Essa pergunta tem sido feita com certa frequência. Talvez em outra família ninguém se preocupasse com isso, porém até há poucos anos nascer Rickli no Brasil era praticamente nascer parte de uma ordem religiosa – e isso talvez justamente devido à ideologia da Missão dos Peregrinos, de que todos os crentes são sacerdotes e missionários, independente da profissão.
Christian Friedriech Spittler, que fundou a missão em 1833, considerava-se membro de uma ‘Sociedade da Cristandade’ supra-denominacional, mas teve formação luterana. A Missão dos Peregrinos, ou Comunidade de Chrischona, é uma igreja autônoma na Suíça e na França. Na Alemanha foi oficializada como ‘uma obra’, um movimento, dentro da Igreja Evangélica Luterana.
O mais importante para compreendê-la é saber que se trata de um ramo do chamado movimento pietista. Esse movimento surgiu por volta de 1770 como reavivamento dentro da Igreja Luterana – que, 250 anos depois da Reforma, tinha se tornado pesadamente institucional.
Não devemos pensar que esse avivamento se expressasse com os mesmos gestos e ritmos que os avivamentos dos séculos XX-XXI, pentecostais ou não. Talvez sua grande marca seja trazer a religião fortemente para dentro da vida cotidiana das pessoas comuns. No Sul do Brasil, um exemplo de luteranismo modulado pelo pietismo é a Igreja do Cristianismo Decidido.
Porém a influência do pietismo foi muito além dos círculos luteranos. Vimos na internet p.ex. que o instituto de Chrischona mantém laços com os menonitas (ou anabatistas) norte-americanos. Foi com o impulso pietista que John Wesley atuou dentro da Igreja Anglicana, gerando o metodismo. E, de acordo com um artigo bastante especializado publicado em <http://www.cristianet.com.br/historia/arquivo/outros/o_pietismo.html>, havia forte influência pietista no seminário de onde vieram para o Brasil os primeiros missionáriospresbiterianos estadunidenses.
Um ponto a descobrir é: em que momento a família Rickli se ligou à Igreja Presbiteriana do Brasil, trazida pelos missionários estadunidenses? Em que momento perdeu o contato com a Pilgermission de Chrischona?
Em uma coisa podemos ‘apostar’ com bastante segurança: a família se identificou com essa Igreja Presbiteriana devido ao caráter pietista que ela trazia, e não devido a suas origens calvinistas. Nãoestamos fazendo um julgamento disso – se é bom ou ruim, certo ou errado… – estamos apenas relatando um fato.
Na verdade, até hoje não encontramos nenhum traço da Igreja Reformada Suíça nos livros e na história de Johann Ulrich Rickli. Por outro lado, não faltam evidências de ligação com pessoas e instituições de origem luterana-pietista – p.ex. o Dr.Krapf, ou livros e hinários da editora fundada em Calw (Sul da Alemanha) pelo avô do escritor Hermann Hesse (aliás, enquanto J.Ulrich cursava suas últimas disciplinas em 1868, na vizinha Basel o pai de Hermann Hesse, Johannes, preparava-se em outro instituto pietista para sua missão na Índia. Terão se encontrado alguma vez?).
Não é de estranhar, portanto, que no Brasil J.Ulrich tenha se ligado às comunidades luteranas – mas também não que mais tarde a família tenha se juntado ao presbiterianismo dos missionários estadunidenses… justo por encontrar aí mais pietismo que nas comunidades luteranas!
Para finalizar, duas observações que pareceram interessantes:
• Consultado em 29.12.2003, o site da Missão dos Peregrinos na Internet <www.chrischona.ch> declarava que a grande marca distintiva do movimento é a vida em comunidades que, mesmo não sendo constituídas estritamente por pessoas de uma família, têm um caráter fortemente familiar, envolvendo desde as crianças até os velhos. Para quem conheceu o estilo de vida tradicional da família, não parece preciso dizer mais nada!
• Também não parece de estranhar que em certos momentos a vida da família tenha se tramado tão profundamente com a do Instituto Cristão (Castro, PR) e a do Instituto José Manoel da Conceição (Jandira, SP) – precisamente os momentos em que a vida e os estudos nessas instituições foram mais parecidos com os da Pilgermission de Chrischona!
Em 1949, Artur e Elsa Rickli vivem com os filhos no Instituto Cristão em Castro.
Ele administra o setor agropecuário,
ela dá aulas de música.
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8. Apêndice I:
Links para alguns documentos escaneados
Primeiras e últimas páginas da Bíblia pessoal de Johann Ulrich Rickli, com anotação das datas
de seu casamento e do nascimento de cada filho(a). Dimensão real das páginas: 13 x 21 cm.Pretendemos efetuar futuramente a transcrição dessas anotações.
Cópia integral de uma caderneta de J.U. Rickli, contendo anotações de 1857 a 1865, inclusive sobre o embarque e viagem para o Oriente Médio. Foi esse documento que nos revelou o local preciso de origem da família. Dimensão real das páginas: 7,8 x 13 cm.
Note-se que até a página 18 do PDF encontram-se apenas notas de contabilidade pessoal. Anotações de fatos prosseguem até a página 61. De 62 a 68, a caderneta foi usada invertida (para anotações a partir da última capa).
A dificuldade de acesso às informações do documento se deve ao fato de, à parte a folha de rosto, as demais anotações são em “cursivo gótico”, em que muitas letras têm desenhos totalmente diferentes dos usuais nas demais línguas europeias. Essa forma de escrita deixou de ser usada após a II Guerra Mundial, de modo que hoje se encontram poucas pessoas hábeis na sua leitura.
Evangelho de Mateus traduzido para a língua galla ou oromo por Johannes Krapf, primeiro europeu a avistar o Monte Kilimanjaro, e criador do projeto missionário “Estrada dos Apóstolos”, que pretendia criar 12 “estações missionárias” do Egito até a Etiópia.
Este foi o segundo livro impresso em oromo – língua de um povo não cristão da Etiópia, que depois passou a ser escrita em alfabeto etíope. (O primeiro havia sido o Evangelho de João, também traduzido pelo Dr. Krapf).
À parte este exemplar encontrado entre os pertences de J.U. Rickli, só encontramos na internet referência a outro na biblioteca da Universidade de Cambridge, Inglaterra.
A folha de rosto em latim diz:
EVANGELHO DE MATEUS TRADUZIDO PARA A LÍNGUA DOS GALLA. PELO AUTOR REV.DO J.L. KRAPF, MISSIONÁRIO. EM ANKOBER, CAPITAL DO REINO DOS SHOA, 1841.
Dimensão real das páginas: 10,4 x 16,3 cm
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9. Apêndice II:
Família Rickli brasileira:
ancestrais e parentes na Europa,
de nosso conhecimento em dez.2003
Duas gerações antes de Johann Ulrich:
• Johann Jakob Rickli (avô de Johann Ulrich)
Uma geração antes de Johann Ulrich:
• Johann Ulrich Rickli (pai) 16.01.1803 – 04.07.1873
casou-se em 22.03.1833 com Anna Barbara Rickli (mãe) ?.?.1809 – 04.03.1876 (nome de solteira:?)
Geração de Johann Ulrich (irmãos):
1. Anna Barbara, * 22.12.1833, + 16.06.1836 (morreu com 2 anos e meio)
2. Johann Ulrich, * Kleindietwil (Suíça), 19.03.1837, + Turvo (Brasil), 28.10.1921
Anotado a lápis no cartório: “in Amerika geheiratet” (casou na América).
Casamento e filhos: ver capítulo 9, logo abaixo
3. Johannes, * 26.01.1840, cas.24.08.1863, + 1903
Deixou apenas uma filha, que morreu solteira.
4. Anna Maria, * 03.10.1846, + ?
Casou em 19.04.1877 com um Sr.Hermann, marceneiro. Descendentes: ver adiante.
5. Johann Jakob, * 23.03.1851, + ?
Casou em 15.03.1872. Teve 7 filhos, 3 morreram em criança.
Anotação no Cartório: ‘para a América’. Desconhecemos o destino dos descendentes.
6. Anna Barbara, * 22.03.1854; + ?
É possível que tenha seguido o irmão J.Ulrich para o Brasil (ver página Origens).
Desconhecemos seu destino ou de possíveis descendentes.
Sobre as irmãs n.º 1 e 6: era costume usar para novos filhos o mesmo nome dos que haviam falecido em criança
(como acontecerá entre os filhos do próprio J.Ulrich).
Uma geração depois de Johann Ulrich (sobrinhos na Suíça):
Anna Maria (4 acima) e ? Hermann tiveram seis filhos (fora de ordem): • Samuel
• Fritz
• Johannes
• Anna
• Marie
• Lina
Gerações seguintes:
• Samuel e esposa morreram jovens, deixando órfão o filho Werner (* 1913, + ?), criado pelos avós maternos.
• Werner deixou 2 (ou 3?) filhos e vários netos, que vivem hoje nas regiões de Bern e de Zürich. Uma filha respondeu uma vez uma carta nossa, depois não voltou a responder.
Devem existir na Suíça inúmeros descendentes de primos de Johann Ulrich, de que não temos conhecimento.
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10. Apêndice III:
Família Rickli no Brasil: descendentes
de Johann Ulrich Rickli e Rosine Weber Rickli
(sugestões para um projeto de levantamento)
Johann Ulrich e Rosine chegaram ao Brasil noivos e se casaram logo depois, em 9 de janeiro de 1870.
O primeiro filho nasceu em novembro do mesmo ano
A família Rickli de que tratamos aqui consiste inteiramente de descendentes de Johann Ulrich Rickli.
Tivemos em mãos um dia o nome de alguns Rickli que viveriam na região de Rio do Sul (SC),
com os quais não sabemos se temos algum parentesco mais distante – mas nunca conseguimos contato com eles.
Nosso ponto de partida:
• Johann Ulrich Rickli, * Kleindietwil (Suíça), 19.03.1837, + Turvo (Brasil), 28.10.1921
Casou-se em Pedreira (Pirabeiraba – SC) em 09.01.1870 com Rosine (Weber) Rickli, * [local?], 10.07.1846, + Turvo, 12.06.1923.
Filhos de Johann Ulrich e Rosine:
dados a completar futuramente
1. Johann Paul (conhecido como Paulo), * 26.11.1870, + …
Casou-se com Mina …
Filhos (sem garantia de ordem cronológica): Ana Rickli Mori Ernesto Rickli Sobrinho (Ernestinho) Frida Rickli … Jacó Rickli Rosa Rickli … Rodolfo Rickli Martinho Rickli (Rev. Martinho) Cristina Rickli Klopfleisch Clara Rickli van der Berg
2. Samuel Robert (conhecido como Roberto), * 03.01.1873, + …
Filhos: a incluir
3. Johann Ulrich (como o nome do pai e do avô; conhecido como João), * 31.05.1875, + …
Casou-se com Bertha (Hecke) Rickli
Filhos: (sem garantia de ordem cronológica): Roberto (falecido adolescente) Cristina Rickli Scheidt
Paulo Rickli
Lídia Rickli Pugsley
Elsa Rickli Müller
Emma Joana Rickli Pobbe (Joanita) Frederico Guilherme Rickli (Vile, Willy) Artur Rickli
Ester Rickli Ficker
Bertha Rickli Mehret
Timóteo Rickli
Daniel Rickli
Otto Rickli (10.12.1922-30.06.1982) Noemi Rickli Steffen (*1924)
4. Bertha Rosine, * 04.08.1877, falecida em criança
5. Ernst Arnold, * 14.11.1879, falecido em criança
8. Ernst Arnold (conhecido mais tarde como Ernesto o velho), * 23.09.1886, + …
Filhos: a incluir
Sobre os pares de filhos 4/7 e 5/8: era costume usar para novos filhos o mesmo nome dos que haviam falecido em criança.
Sistema de ordenação proposto:
Se um dia for possível levar adiante a organização da árvore genealógica na internet, cada um dos nomes acima (exceto os 5, 6 e 7) poderia se tornar um LINK para a relação dos descendentes dessa pessoa.
Além disso, cada descendente poderia figurar na lista com um número, que será mais fácil de entender com um exemplo
(usarei o da minha neta, pois tenho certeza dos dados):
3.13.1.1.1 – Potyra da Paz Rickli. Maceió (AL), 14.02.2001
O número significa que ela descende de Johann Ulrich…
• pelo seu 3.º filho (João, n.º 3)
• pelo 13º filho desse (Otto, n.º 3.13)
• pelo 1.º filho desse (Ralf, n.º 3.13.1)
• pelo 1.º filho desse (Gunnar, n.º 3.13.1.1)
• e é a primeira filha desse.
De resto, o fato de o número ter cinco partes deixaria claro que se trata de alguém da 5.ª geração de descendentes.
Finalmente: dizemos “se um dia for possível levar adiante” porque se trata de uma atividade demorada e trabalhosa,
que entraria em choque com os trabalhos que cada um de nós tem de realizar para sobreviver. É possível que somente um aposentado bem aposentado tivesse condições de levar adiante esse trabalho – e pessoalmente ainda estamos longe de ter isso em perspectiva!
Acima: casal João Rickli e Berta Hecke Rickli com 10 dos filhos,
mais o [futuro?] Rev. Martinho Rickli (à direita), provavelmente
por volta de 1930.À direita: tataranetos na saída do cemitério do Turvo em 1991
após conhecerem o túmulo do casal Johann Ulrich – Rosine
Foto: RR