Antropofagia urbana. Os músicos do Provisório Permanente devoram todos os sons – mas devoram de um jeito só possível num grande centro urbano globalizado, e na periferia desse centro, no Brasil, no fim destes anos 90 do século XX. Onde se cruzam pessoas de origem nordestina, caipira, hispânica, européia, afro-índia… Que nos cantos mais imprevisíveis tocam samba… e hip-hop; bossa; funk-jazz, reggae & os 10 mil rocks & as 100 mil MPBs.
Ouvem e tocam e vão buscando a sua síntese – que nunca está pronta, nunca se fixa. É provisória porque quer, porque tem que ser. Permanentemente.
Pós-moderno? Quem sabe – mas sem aquele clichê de leveza irônica e decadente que já aprisionou esse rótulo libertador. Pós-moderno do pós-moderno. O Provisório Permanente se dá o direito de levar coisas a sério. Respeita as grandes matrizes de que se constrói: a MPB de ponta de todas as décadas, o rock, o jazz – mas sem museu: tocam como o que são: os que terão 18 no ano 2000.
No ar desde 97, o Provisório Permanente foi crescendo com formações provisórias em apresentações em points da Zona Sul, de bares e botecos ao Centro Cultural Monte Azul, de festas de Moto Clubes a eventos da Secretaria Municipal de Cultura. Pouco a pouco a forma provisória atual foi ganhando permanência pelo vigor na criação de composições próprias tanto quanto nas releituras do melhor da música nacional. Permanentemente provisórias. Por opção.
O Provisório Permanente vem colaborando ainda com o Grupo Submundo de Teatro, tendo feito a música da peça Esquina Brasil. Participam, os dois, do Projeto Jovens que Fazem, em torno do mote A PERIFERIA É O CENTRO. Sabem o quanto as vozes até hoje periféricas têm a dizer, e a diferença que sua verdade pode fazer no cenário nacional. Uma diferença que já começaram a fazer.
voltar
Fale com a banda